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A autolesão, também conhecida como automutilação (termo em desuso), é o ato de causar dor ou danos superficiais ao próprio corpo, sem intenção de causar morte. Embora não haja uma explicação clara para esse comportamento, algumas razões comuns incluem autopunição, uma forma de extravasar tensões e sentimentos negativos, ou mesmo um pedido de ajuda.
A autolesão é um sinal de que algo interno está causando tanto sofrimento que está sendo externalizado na pele. Pode ser um pedido de ajuda e, às vezes, vem acompanhado de ideações suicidas. Em outros casos, torna-se um mecanismo de enfrentamento para lidar com dor, desânimo, raiva ou outros problemas emocionais.
Dificuldade em lidar com o sofrimento
Autolesão
Alívio temporário
Surgimento de novo sofrimento
Repetição do ciclo
A autolesão é comum no Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), embora não seja um critério exclusivo para o diagnóstico. Segundo o DSM-5TR (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição revisada), esses atos autodestrutivos são geralmente precipitados por ameaças de separação, rejeição ou expectativas de maiores responsabilidades.
Características da autolesão no TPB:
Pode ocorrer durante experiências dissociativas;
Frequentemente traz alívio ao reafirmar a capacidade de sentir;
Pode ser uma forma de expiar a sensação de ser uma "má pessoa".
O tratamento ideal para a autolesão (e para o TPB em geral) combina terapia psicológica e medicação psiquiátrica. É crucial aprender a controlar o impulso de se machucar e identificar os fatores desencadeantes ("gatilhos") desse comportamento1.
A redução de danos (RD) é uma abordagem que busca diminuir os danos causados por práticas prejudiciais quando a pessoa não consegue ou não quer parar completamente com o comportamento1.
Dicas para redução de danos:
Planejar estratégias fora da crise
Estabelecer uma rede de apoio
Substituir a autolesão por comportamentos menos nocivos
Alternativas à autolesão:
Segurar gelo na mão fechada
Tomar um banho frio
Ir para um lugar público
Rasgar papelão ou quebrar objetos (de forma segura)
Outras estratégias:
Ligar para o psicólogo ou ir ao pronto-socorro psiquiátrico
Evitar buscar materiais sobre autolesão na internet
Avisar alguém de confiança se começar a se machucar
Combinar um emoji específico para momentos de crise
Substituir comportamentos mais nocivos por menos nocivos (por exemplo, arranhar em vez de cortar)
É importante ressaltar que o objetivo final do tratamento é eliminar completamente o comportamento de autolesão. As estratégias de redução de danos são temporárias e visam evitar danos maiores quando o controle não é possível. Este texto não faz apologia à autolesão; pelo contrário, enfatiza a importância de buscar ajuda profissional e trabalhar para eliminar esse comportamento prejudicial.